sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Dez mil horas. É a diferença entre aprendiz e mestre.

A regra das 10 mil horas

Quer brilhar muito na vida? Passe 10 mil horas praticando. Pelo menos, foi isso que os grandes especialistas de todas as áreas fizeram.

Os genes não determinam o sucesso. Isso é bom, porque quer dizer que basta você se esforçar para melhorar o seu desempenho. E isso é ruim também, porque você depende apenas do seu suor para chegar lá. Suor, no caso, são 10 mil horas. Entenda aqui o tamanho da encrenca:


Para quem não tem uma ideia muito nítida de um número tão grande, 10 mil horas de treino são equivalentes a três anos e meio de estudo intensivo, oito horas por dia, sete dias por semana.Isso significa treinar inclusive aos sábados, domingos e feriados. 

E por estudo e prática, entenda-se um treino deliberado e focado, com o mínimo possível de distrações e esforços inúteis. Cada segundo conta.

Se você praticar algo quatro horas por semana, como um hobby, vai demorar 52 anos para acumular as 10 mil horas

Esta transformação só é possível graças à nossa neuroplasticidade, que é a capacidade que temos de reorganizar estruturas nervosas e mentais em resposta a estímulos e necessidades.

É um fenômeno fisiológico que tem uma relação muito forte com o aprendizado. Um exemplo clássico de neuroplasticidade está nos cegos: eles compensam a falta de visão desenvolvendo a audição, o olfato e o tato para níveis acima da média.

Temos essa capacidade operando em todos os instantes de nossa vida, sempre pronta a nos transformar diante de problemas novos. Só que ela demora muito para gerar efeitos de longo prazo.

Uma jornada de 10 mil horas começa com um único passo


K. Anders Ericsson, um importante psicólogo e pesquisador da cognição explica que, para desenvolver expertise sobre algo, é preciso um investimento de tempo e prática para que nossos corpos e mentes desenvolvam processos cognitivos eficientes e rápidos, com base em redes de neurônios, músculos e esquemas mentais fortalecidos e aprimorados depois de um longo processo de trabalho. É preciso se submeter a uma determinada atividade por muito tempo, de forma regular e sistemática, para garantir que as estruturas fisiológicas e mentais que facilitam a prática nao se desfaçam.

Por um lado, 10 mil horas é uma eternidade. Significa que qualquer progresso visível só vai surgir depois de muito tempo de treino. É como se sentir eternamente na estaca zero depois de praticar uma escala de dó maior no piano por horas. A impressão que fica é que a primeira coisa a se treinar é a determinação e a motivação para não desistir durante uma prática tão longa.

Por outro lado, 10 mil horas é pouco tempo. Passa rápido. Se você duvida, pergunte pra qualquer pessoa com mais de 30 anos.

Ericsson, com sua teoria, nos faz uma provocação sobre como levamos nossas vidas e sobre o que fazemos com o pouco tempo que nos é dado. Nos contentamos com a nossa zona de conforto ou buscamos aprimoramento? Nos distraímos em nossas atividades ou praticamos de forma focada? Buscamos nos conhecer e nos transformar ou viramos autômatos zumbis? Como administramos os custos de nosso treino?

Afinal, qual é a sua relação com seu próprio desenvolvimento? 


Fonte:Revista superinteressante

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